Oposição apoia teto, mas critica Piratini

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A intenção do Piratini de aprovar em 2011 um projeto de lei que estabeleça novo teto salarial para os servidores estaduais ganhou ontem o apoio de deputados de oposição. Parlamentares de PSDB, PMDB e Dem, onde estão os adversários do Piratini, avaliaram o teto como política necessária.

Entretanto, críticas contundentes foram disparadas contra o governador Tarso Genro, acusado de lançar publicamente ideias difusas para testar as reações de associações de servidores, da Assembleia e da própria sociedade. Opositores também taxam o Piratini de “contraditório”. “O Tarso usa isso como laboratório. Atira e experimenta. Eu estranho que primeiro o teto seria R$ 17 mil, agora vai ser R$ 22 mil, mas ele criou cargos de R$ 24 mil. É mais uma incoerência do PT”, afirmou o deputado Edson Brum (PMDB), que considera necessária a política do teto. O tucano Jorge Pozzobom também desaprovou o suposto discurso diversionista de Tarso quando estão em pauta assuntos polêmicos, como a Previdência e, agora, o teto. “Toda vez que se coloca um limite na administração pública, é bom. O teto é bem-vindo. Mas o governador tem que ter posição clara. Não pode ficar testando as coisas. O limite vai ser mais ou menos do que o cargo de R$ 24 mil que ele criou?”, questionou Pozzobom.

O deputado estadual Paulo Borges (Dem) também se diz favorável à implantação do teto, mas afirma que o Piratini deveria impor o limite para todos os poderes, enfrentando judicialmente a alegação de que a extensão da medida seria inconstitucional. “O teto é válido, mas tem que valer para todo o serviço público, sem demagogia”, disse Borges. Tarso, num primeiro momento, projetou a instituição do limitador único para todos os poderes. Nesta semana, após as primeiras reações de críticos que lembraram a autonomia e a vinculação do Judiciário e do Ministério Público com a remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal, de R$ 26,7 mil, Tarso recuou e disse que o teto estadual será criado apenas para os servidores do Executivo.

Correio do Povo