
Esta queda de braço entre parte da Brigada Militar e o governo do Estado precisa acabar o mais rápido possível. A sociedade gaúcha, que a tudo vê, se mostra intranquila e insegura com o que está ocorrendo. Os brigadianos – soldados, cabos e sargentos – querem aumento nos proventos. Os caras ganham pouco. São os mais baixos entre as polícias militares de todo o Brasil. O governo alega não ter condições de atender a esta reivindicação. Está criado o impasse. Mas daí, queimar pneus em estradas por este Rio Grande afora não é um bom exemplo de que a força pública do Estado dá à população que dela precisa e nela confia.
Como diz Tarso Genro (PT), isso é um delito. “É crime”. No fim da semana passada, aconteceu uma reunião entre as partes, na Casa Civil. O encontro foi tenso, duro e deu em nada. Os brigadianos deram uma trégua ao governo ate a próxima quarta-feira. Se até lá não chegar proposta que reabra a negociação, vai haver o recrudescimento do movimento. Será que eles voltarão a queimar pneus? Irritado com tudo isso, o governador resolveu entrar no debate público, levando a discussão para dentro de seu gabinete. Não deveria ter feito isso. Ele deveria ter se preservado. Agora, uma solução para o problema terá que ser encontrada. Afinal, no plano do Executivo, o governador do Estado é a última instância. É preciso negociar! Ameaçar integrantes da Força Pública, da qual é comandante em chefe, com “pulso firme” radicaliza o impasse e dificulta a sua solução.