Governo não propõe novo reajuste salarial e adia negociações com BM até o fim dos protestos

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Não foi apresentada uma nova proposta de reajuste salarial na reunião relizada nesta manhã com representantes da Brigada Militar

O governo do Rio Grande do Sul decidiu adiar as negociações com os representantes da Brigada Militar, após reunião no final da manhã desta quinta-feira no Palácio Piratini. Desde o início de agosto, os policias militares realizaram mais de 20 barricadas com a queima de pneus no interior do Estado e na Capital para reivindicar aumento de salário. Na reunião realizada hoje, não foi apresentada uma nova proposta de reajuste.

Os PMs reivindicam aumento imediato de 25% e um calendário que aponte o salário da categoria em 2014. O governo propõe reajuste de 4,5% em outubro. E conforme, Pestana, considerando os 6% concedidos em abril, os PMs ganhariam ao final do ano mais de 11% de aumento, percentual acima do que ganhou outras categorias. Além disso, o governo promete outro reajuste de 4,5% em março de 2012.

Não vamos aceitar protestos que vão além
do direito de reivindicar salários, diz Pestana:

Nesta manhã, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, criticou, em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira, os mais de 20 protestos da Brigada Militar por melhores salários.

— Nós não vamos aceitar este tipo de protesto que vai além do direito legítimo de reivindicar aumentos de salários. Os protestos não ajudam, mas atrapalham. Acabam perdendo a legitimidade por conta deste tipo de protestos — afirmou Pestana.

Apesar de ninguém ter sido responsabilizado pela série de protestos, o chefe da Casa Civil garantiu que irá tomar “medidas enérgicas” para identificar os autores das manifestações e prometeu resultados para os próximos dias:

— O governo não perdeu o controle, ele está investigando. E a socidade pode ter absoluta certeza de que vamos tomar as devidas providências — afirmou.

E prosseguiu:

— Não aceitaremos esse tipo de postura com um governo que em nenhum momento se negou a conversar e que vem sinalizando que vai construir uma política salarial.

Protestos desta quinta-feira:

Nesta quinta-feira, ocorreram cinco manifestações por melhores salários: em duas ruas da Capital e em três pontos de rodovias do Estado.

Uma série de pneus foram queimados na Avenida Mauá, esquina com a Rua Carlos Chagas, no centro de Porto Alegre, por volta de 2h30min.

Cerca de uma hora depois, uma barricada com queima de pneus foi registrada em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Por volta de 3h30min, BR-472 foi interrompida parcialmente na altura do km 568. Conforme a Polícia Rodoviária Federal, foram encontrados no local uma faixa com os dizeres “Por um salário digno” e um boneco vestindo uma farda similar à da Brigada Militar. O trecho chegou a ser interrompido para que o Corpo de Bombeiros pudesse limpar a pista, que foi totalmente liberada às 4h15min.

Cerca de uma hora depois, o km 27 da ERS-401, em Charqueadas, também foi bloqueado. Informações preliminares da BM detalham que os dois sentidos foram interrompidos no local.

Já na RST-470, em Bento Gonçalves, na Serra, o protesto foi percebido às 5h15min próximo à Ponte do Rio das Antas. Segundo o Comando Rodoviário da BM, junto à barricada, foi encontrada uma faixa que dizia: “Quarto PIB nacional, pior salário da Polícia Militar”.



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