O impasse salarial entre policiais militares e governo do Estado pode ter fim na tarde desta segunda-feira. A expectativa é das duas partes envolvidas. Às 15h tem início a reunião entre a Casa Civil e representante da Associação de Cabos e Soldados. A reivindicação por melhores salários levou PMs a realizarem uma série de protestos desde o início de agosto no RS.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados, Leonel Lucas, lembra que em outros Estados os policiais militares já avançaram na negociação por salários.
— Vamos ouvir o governo. Temos um compromisso com a nossa categoria, o governo está dizendo que hoje é definitivo, então vamos ouvir a proposta e levar para a nossa categoria. Sempre decidimos tudo em conjunto — disse em entrevista no programa Gaúcha Repórter.
Segundo Leonel Lucas, em Santa Catarina o salário inicial é de R$ 1.753 enquanto no Rio Grande do Sul o soldado que ingressa na corporação recebe R$ 1.170.
— A gente não pode aceitar que em estados como o Sergipe, que tem o 24º PIB do país, tenha o salário inicial de R$ 2,4 mil, por exemplo. No Piauí, que é o 27º PIB do país o salário é de R$ 1,4 mil e eles já acertaram de receber R$ 3,2 mil até 2015 — concluiu.
Também no Gaúcha Repórter, o chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, garantiu que a proposta do governo será “significativa”.
— Temos a expectativa de resolver ou pelo menos encaminhar de forma positiva essas negociações com a Brigada Militar. Na reunião o governo deve formatar uma proposta e espero que possamos mudar a pauta com a BM. Reconhecemos que os salários são baixos. Mas esse é um processo antigo e não dá para resolver isso em 8 meses. Vamos apresentar uma proposta que representa um ganho real para categoria. Garanto que será uma proposta significativa — disse Pestana, que preferiu não dar mais detalhes.
Há um mês, os protestos de brigadianos chamam a atenção dos gaúchos. Já foram mais de 40 queimas de pneus pelas estradas do Estado.
Os PMs querem 25% de aumento sobre o salário básico, hoje, em R$ 387,24. O governo ofereceu 4,63% e anunciou que não é com protestos que se dialoga.
Os PMs avisam: se da reunião de hoje não sair uma sugestão razoável, outras modalidades de protesto serão colocadas em prática.
Um sargento da Brigada foi enfático:
— Não queremos nada além do que nos foi prometido em campanha: o piso nacional (R$ 3,2 mil). Queima de pneu é só o início. O próximo passo é bloquear a circulação mesmo.
ZERO HORA