Com paralisação da PM, lojas fecham as portas em Fortaleza

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Comércio em ruas do centro da cidade parou na manhã desta terça. Paralisação de PMs está no 5º dia; Força Nacional policia ruas da cidade.

Comerciantes e shoppings de Fortaleza fecharam as portas dos estabelecimentos ou reforçaram a segurança particular com receio de assaltos e arrastões, em meio à paralisação dos policiais militares e bombeiros do Ceará, na manhã desta terça-feira (3).  A Secretaria da Segurança Pública diz saber da onda de denúncias de arrastões e afirma que a maioria são boatos. O governador Cid Gomes decretou situação de emergência no Ceará neste sábado (31) e solicitou tropas do Exército e Força Nacional que policiam o Ceará desde o réveillon. No início desta tarde, a hastag #CaosEmFortaleza era uma das mais comentadas no microblog Twitter.

Lojas de pequeno e grande portes das principais ruas do Centro da cidade, como Floriano Peixoto e Major Facundo, começaram a fechar ainda nesta manhã, segundo constatou a reportagem da TV Verdes Mares. No Bairro Montese, a Avenida Gomes de Matos, outro importante corredor comercial, estabelecimentos também pararam de funcionar.


Viaturas com pneus vazios nos arredores do quartel da 6ª Companhia do 5º Batalhão (BPM), no bairro Antonio Bezerra, em Fortaleza(CE), durante o sexto dia de greve dos Policiais Militares no estado. (Foto:  Jarbas Oliveira/AE/AE)

Algumas agências dos Correios também pararam o atendimentos por falta de segurança, segundo a empresa. Lojas da Companhia Energética suspenderam atividades nos Bairros Centro, Parangaba, Carlito Pamplona, Conjunto Ceará, José Walter, Messejana, Pajussara e nas cidades de Maracanaú e Baturité.

Nas redes sociais e no Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), são dezenas de relatos de supostas ocorrências de assaltos e arrastões. Mas segundo a Secretaria de Segurança, maior parte das denúncias são boatos.

Sindicato
O sidicato dos lojistas de Fortaleza (Sindilojas) informou ao G1 que não houve qualquer orientação da entidade para que os comerciantes fechassem as lojas. Segundo o sindicato, os lojistas agiram por conta própria e não há informações sobre o percentual de estabelecimentos fechados.

Tentativa de assalto
Na manhã desta terça-feira (3), nas proximidades na Avenida Maria Tomásia, assaltantes tentaram roubar lojas usando armas sem munição. Os seguranças reagiram e os suspeitos fugiram e deixaram a arma para trás.  Na noite desta segunda-feira (2), comerciantes relataram que houve arrastão na Avenida Mozart Pinheiro de Lucena, no Bairro Jardim Guanabara e uma estudante de enfermagem ficou ferida quando homens invadiram um supermercado no Bairro Montese.

Reivindicações
Paralisados desde a última quinta-feira (29), policiais militares e bombeiros querem reajuste salarial de 80% até o fim de 2014, além de anistia a todos os policiais que participam do movimento. Segundo o comando do movimento de paralisação da PM, 10.000 policiais estão parados em pelo menos 10 cidades do Ceará.

Por conta do movimento, o governo do estado decretou situação de emergência neste sábado (31) e solicitou a presença do Exército Nacional para auxiliar na segurança da festa de réveillon de Fortaleza. Força Nacional está na cidade desde sábado.

Com o aumento da adesão de militares à paralisação, o reforço nacional permaneceu em Fortaleza após a festa da virada. Na segunda-feira (2), 2.449 homens do Exército, Forças Armadas e órgão de segurança faziam policiamento da Grande Fortaleza nesta segunda-feira (2). Mas, no mesmo dia, começaram os relatos de arrastões e assaltos.

 

PMs vão continuar parados após decisão da Justiça, diz associação


813 homens do Exército Brasileiro e 204 da Força Nacional de Segurança estão de prontidão para reforçar a segurança no Estado (Foto: André Alencar/TV Verdes Mares)

Reunião de negociação terminou sem avanços. Justiça determinou retorno imediato às atividades.

Os policiais militares afirmam que vão manter a paralisação, mesmo com a decisão da Justiça de decretar a ilegalidade do movimento. Segundo o presidente da Associação dos Praças, PMs e Bombeiros, Pedro Queiroz, as representações dos militares ainda não foram notificadas sobre a decisião judicial que determina a ilegalidade da paralisação e a desocupação dos prédios. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS) informou que está tomando providências para que a liminar seja cumprida.

“Ainda não recebemos oficialmente nenhuma ordem judicial para desocupar os prédios. Há rumores que isso tenha acontecido. Diante dessa situação, deliberamos se iríamos ou não desocupar os prédios. A categoria deliberou pela manutenção do movimento até que o governo atenda nossa pauta. Nós vamos resistir”, disse Queiroz.
Na noite de segunda-feira (2), a desembargadora Sérgia Miranda concedeu liminar determinando a suspensão da paralisação dos policiais militares e bombeiros do Ceará e ordenando o retorno imediato ao trabalho. De acordo com a desembargadora, a multa diária para cada policial que descumprir a decisão é de R$ 500 e R$ 15 mil por associação envolvida no processo.
Nesta segunda-feira (2), representantes da categoria, a procuradora-geral do Estado, Socorro França e o deputado Capitão Wagner reuniram-se para negociar o retorno das atividades, mas não houve sucesso. A SSPDS informou que o Governo do Ceará não vai conceder anistia aos militares e já está tomando providências para cumprir todas as determinações da liminar, incluindo a retomada dos prédios onde os militares permanecem aquartelados desde a quinta-feira (29).

G1