De juristas para policiais: “Vocês são categoria especial e não podem fazer greve!”

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Se os considerados ‘especiais’ trabalham nas condições acima, como são chamados os que gozam das mamatas do Congresso?

Sindicatos e associações de servidores públicos – notadamente os da segurança púbica – não mantêm, financeiramente, os grandes órgãos de imprensa deste país. Os políticos, sim.

Na noite desta terça-feira (7), a rede Globo entrevistou vários juristas para empurrar, ‘guela a baixo’, a informação de que “policiais militares não têm direito de fazer greve”. A pauta da reportagem, claro, deve-se ao movimento grevista da Bahia e o do Rio de Janeiro, que já está marcado para as vésperas do Carnaval.

Um dos entrevistados chegou a alegar que “os PMs não têm esse direito porque são uma categoria especial”. Para quem vive de ouvir certas lorotas da imprensa, os grevistas que pararam o estado da Bahia não passam de infratores da lei. Mas você, que abre as páginas do ParaibaemQAP todos os dias, tem pelo menos a oportunidade de conhecer um pouco do outro lado.

Se os policiais fossem uma “categoria especial”, nenhum deles trabalharia nas condições da foto acima. São correntes e mais correntes de fezes ‘derretidas’ a exalar seu odor inconfundível, 24 horas por dia, num cubículo sujo, sem a mínima segurança àquele que tem a obrigação de dar segurança.

Se essa categoria fosse tratada mesmo como “especial”, seus membros não seriam obrigados a trabalhar sem coletes nem forçados a comprar sua própria arma, para ‘ajudar’ o estado.

Como alguém pode ser considerado especial, quando uma legislação permite sua prisão pelo simples fato de ‘discordar’ de um superior hierárquico?

Quem defende a linha da emissora pode até alegar que “lei não se discute; se cumpre”. Mas onde está escrito que o policial deve trabalhar nas condições acima descritas? Em que artigo da lei o profissional da segurança pública deve tirar parte do seu [já minguado] salário para ‘tapar os buracos’ deixados pelos governos?

Somente o ‘auxílio paletó’ dos políticos brasileiros é maior do que o salário pago àqueles que os juristas adoram chamar de “categoria especial”. Você ainda acredita na tese de que lei não se discute?

Indiscutível é o silêncio da grande imprensa, acerca das condições de trabalho oferecidas aos policiais responsáveis pela SUA segurança, caro leitor. Lá, isso não se discute. Pois Sindicatos e associações de servidores públicos – notadamente os da segurança púbica – não mantêm, financeiramente, os grandes órgãos de imprensa deste país.

Os políticos, sim.

ParaibaemQAP