Um novo comandante na Brigada

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14565964Fábio Duarte Fernandes fica à frente da BM a partir de hoje, no lugar do coronel Sérgio Roberto de Abreu, que se aposenta

Em meio à maior tragédia da história do Rio Grande do Sul, o governo realizará a troca do comando da Brigada Militar na manhã de hoje. Escolhido pelo governador Tarso Genro, o coronel Fábio Duarte Fernandes, 52 anos, atual subchefe de operações da Casa Militar, assume como Comandante-geral da Brigada Militar no lugar do coronel Sérgio Roberto de Abreu.

Abreu será aposentado compulsoriamente após 35 anos de caserna. Prevista desde a semana passada para a quarta-feira, a cerimônia foi adiada para hoje devido ao incêndio da boate Kiss, em Santa Maria.

Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), o novo comandante-geral é bacharel em Direito, mestre em Sociologia, especializado em Segurança Pública e Direito de Estado. Com a carreira marcada pela política e a academia, Fernandes tem pouca experiência operacional no comando de tropas, apontada como uma das principais qualidades do coronel Altair, que chegou a ser cogitado como um dos candidatos ao comando-geral.

Fernandes entrou na Brigada em 1982. Após formar-se na academia da BM, em 1985, foi para o Batalhão de Operações Especiais e, em 1988, fez a Especialização em Bombeiro para Oficiais. Atuou em Porto Alegre, na Região Metropolitana e teve passagens pelo Comando do Corpo de Bombeiros e do Comando Regional de Bombeiros da Fronteira Oeste. Após 10 anos como major, foi promovido a tenente-coronel, em 2011 e, em 2012, a coronel.

Com passagem pelo Comando da Guarda Municipal de Porto Alegre entre 2003 e 2004, também foi assessor militar do vice-governador Miguel Rossetto e assessor na área de Segurança Pública da bancada do PT na Assembleia Legislativa.

– É um momento de muita responsabilidade, temos ciência da importância que tem o comando da Brigada. Temos discutido algumas ações no que diz respeito à continuação e intensificação das ações, principalmente, nos Territórios de Paz e em ações de patrulha da Maria da Penha – afirmou o novo comandante.

Meta é ampliar policiais na atividade ostensiva

Escolha de “afinidade absoluta” entre o governo e a Brigada Militar, segundo o secretário de segurança Airton Michels, o coronel Fernandes afirmou que, com o governo, um dos principais objetivos é ampliar a presença de policiamento na atividade ostensiva da Brigada, a fim de aumentar a visibilidade da instituição frente a população.

Tradicionalmente realizada na Academia da Brigada, a cerimônia de hoje terá menos pompa. A troca de comando se dará no Piratini, às 9h30min, onde a revista da tropa será feita em frente à sede do Executivo estadual.

Acompanhado pelo secretário de Segurança Pública, Airton Michels, o coronel Fábio Duarte Fernandes afirmou ontem que não vê problema em ter ficado afastado das tropas:

– Sempre busquei manter contato com a base, com a tropa e os oficiais.

THIAGO TIEZE

Mudanças na BM
DESAFIOS DO NOVO COMANDANTE
– Aumentar o policiamento ostensivo em todo o Estado, além de fortalecer a filosofia e a continuação das políticas de implementação da Polícia Comunitária e dos Territórios da Paz.
Contingente
– Segundo o coronel Fernandes, até abril deve estar pronta para ir às ruas uma nova leva de policiais militares aprovados no último concurso, que até o final do governo devem totalizar um incremento de 2,5 mil agentes.
Policiamento Ostensivo
– A realocação de agentes que atuam no serviço administrativo para as ruas, somados aos novos policias, de acordo com o novo comandante da BM, possibilitará o incremento do policiamento ostensivo, tornando a Brigada mais presente aos olhos da sociedade.
OUTRAS ALTERAÇÕES
– Como subcomandante da Brigada Militar, no lugar do coronel Altair de Freitas Cunha, assume o coronel Silanus Serenito de Oliveira Mello, que sai do Comando de Policiamento Metropolitano.
– O coronel Alfeu de Freitas deixa o Comando de Policiamento da Capital e, no lugar do coronel Valmor Araújo de Mello, passa a responder pela chefia do Estado-Maior.
– O coronel Oscar Moiano deixa a Defesa Civil para assumir a chefia da Casa Militar.

 

ZERO HORA