Com 10 roubos com morte em menos de 20 dias, o mês registra uma média de um caso a cada 43 horas
Em apenas 18 dias, 10 pessoas morreram pelas mãos de assaltantes no Rio Grande do Sul — média de um latrocínio a cada 43 horas.
Em Viamão, a Polícia Civil investiga um novo crime que pode ser o 11º latrocínio de fevereiro. Caso se confirme a hipótese de roubo com morte, os assassinatos se igualam aos casos ocorridos em 2003.
Embora faltem 10 dias para acabar o mês, fevereiro já é mais violento desde 2006. Sete dos crimes em fevereiro ocorreram entre a noite e a madrugada. Quatro vítimas trabalhavam no comércio, e cinco latrocínios aconteceram com invasão de moradias. Na maioria dos casos, as vítimas teriam reagido ou se negado a entregar pertences aos criminosos, e acabaram mortas.
Especialistas ensinam que ninguém deve reagir a um assalto, porque os ladrões costumam agir sob efeito de drogas ou estão mais nervosos do que os próprios alvos. Um pequeno gesto, ainda que involuntário da vítima, pode levar o criminosos a atirar.
A mais recente morte sob suspeita de latrocínio ocorreu na segunda-feira, em Viamão. Por volta das 22h, o comerciante João Eli de Oliveira Machado, 60 anos, trocou tiros com dois homens que, supostamente, pretenderiam invadir o estabelecimento da vítima, na Estrada da Pimenta, localidade de Águas Claras. Armado com um espingarda, Machado teria trocado tiros com os intrusos.
— Não anunciaram nada, não levaram nada. Estamos investigando o que aconteceu — afirmou o delegado Edson Frade, da 1ª Delegacia da Polícia Civil de Viamão.
Entre 2012 e 2013, os latrocínios cresceram 21,9%. Zero Hora procurou a assessoria de comunicação da Brigada Militar e da Secretaria da Segurança Pública (SSP) para falar sobre o assunto. A SSP orientou a Polícia Civil a se pronunciar. Para Tiago Baldin, da Delegacia de Polícia Regional de Porto Alegre, a facilidade do acesso a armas e o “despreparo” de ladrões ajudam a explicar o fenômeno.
— Em 99% dos casos, o criminoso não quer matar. Ele quer o patrimônio. Mas, aí, vem a indignação da vítima. Uma mera contração muscular é suficiente para o ladrão disparar.
Fonte: José Luís Costa
joseluis.costa@zerohora.com.br
Postado por Comunicação DEE ASSTBM