Jornal O Nacional de Passo Fundo: PM indica “greve silenciosa” na Brigada Militar

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not_201405131756505998_gProtesto foi retomado ontem com queima de pneus na BR 285, em Passo Fundo

Uma fogueira de pneus em plena BR 285, na madrugada de ontem, acendeu o alerta para o início de protestos anunciados desde o ano passado por diferentes setores da sociedade durante o período da Copa do Mundo. Pelas inscrições em quatro faixas deixadas no quilômetro 268, em frente ao Parque de Exposições Wolmar Salton, em Passo Fundo, a manifestação foi supostamente realizada por policiais militares. “Amamos a farda, mas não vivemos só de amor” dizia uma delas. Nas demais, os autores demonstraram o descontentamento com os baixos salários da categoria e chamaram para uma greve da polícia durante o mundial no Brasil. Acionados por volta das 2h40min, os bombeiros controlaram as chamas e liberaram o trânsito. As faixas foram recolhidas pela Polícia Rodoviária Federal.

Em conversa com a reportagem ontem, policiais militares de Passo Fundo, que pediram para não se identificar, disseram desconhecer a autoria do protesto. No entanto, afirmaram que há uma profunda insatisfação da categoria com o comando-geral da BM por ter dificultado as negociações com o governo no que diz respeito a adoção de um plano de carreira para policiais que ingressaram na corporação a partir de 1997, e também pela não inclusão do nível superior na BM.

Um deles revelou que a maioria dos PMs vive uma espécie de “greve silenciosa” em razão da falta de estrutura da unidade do 3º RPMon. Uma das principais queixas, segundo ele, está relacionada com a falta de pessoal. “Sem contar com o administrativo, temos um efetivo de aproximadamente 236 policiais para fazer o policiamento nas ruas de 23 municípios, divididos em quatro turnos de seis horas. Em alguns turnos em Passo Fundo, o trabalho é feito por no máximo 12 PMs, divididos em três guarnições. Fica impossível realizar um policiamento preventivo” alega. Situação que, segundo ele, deve se agravar ainda mais nos próximos dias com a ida de aproximadamente 56 policiais do Regimento para trabalhar em Porto Alegre durante a Copa do Mundo.
‘Quando digo greve não significa que estamos deixando de cumprir nossas obrigações, mas poderíamos fazer muito mais. Se não cair nos pés não se faz. Estamos fazendo estritamente o necessário. Sinceramente não sei como será a segurança durante a Copa. Falta valorização para o profissional ” diz um dos PMs.

Fonte: O Nacional