Sem confirmar atraso de salários, Sartori reforça necessidade de restringir o orçamento do Estado

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Entre secretários e o vice, Cairoli, o governador José Ivo Sartori reafirmou necessidade de contenção. Foto: Governo RS/Divulgação
Entre secretários e o vice, Cairoli, o governador José Ivo Sartori reafirmou necessidade de contenção. Foto: Governo RS/Divulgação

Diagnóstico do PMDB sobre crise financeira volta a creditar problemas ao governo anterior

Ao final do terceiro mês como governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB) convocou a imprensa, na manhã desta quinta-feira, para apresentar um detalhamento da situação financeira do Rio Grande do Sul. O possível atraso ou parcelamento de salários do funcionalismo não foi confirmado, mas o governador voltou a afirmar que restrições cada vez maiores serão necessárias.

Segundo Sartori, as medidas iniciais de contenção de gastos — como diárias de viagens e horas-extras — devem reduzir em cerca de R$ 600 milhões as despesas de 2015. Como o Piratini prevê lidar com um déficit de R$ 5,4 bilhões ao final do ano, foram confirmadas também a redução de 20% no orçamento de secretarias e de 35% dos cargos em comissão, os CCs. As duas medidas, que já haviam sido anunciadas, foram agora publicadas no Diário Oficial do Estado.

“Já conhecíamos essa realidade financeira, mas não sabíamos que era tão difícil, que chegava a esse ponto”, disse o governador, ao destacar que compartilharia um diagnóstico sobre as finanças. Os dados apresentados aos jornalistas apontam supostos excessos do governo anterior, como um total de R$ 11,8 bilhões em saques do Caixa Único do Estado. Apesar das restrições, Sartori voltou a garantir que o investimento de 12% do orçamento na Saúde será mantido, mas nada além do mínimo constitucional poderá ser destinado ao setor. “Vamos plantar a semente de mudança para o reequilíbrio financeiro, para que se possa fazer mais investimentos em saúde e segurança”, indicou.

No único questionamento aberto a jornalistas, Sartori manteve a incerteza dos servidores estaduais sobre os pagamentos ao final de março. “Faremos o possível para preservar o salário dos servidores públicos”, desconversou. Antes de repassar as perguntas aos secretários, o governador ainda pediu solidariedade à população e aos servidores, para o que considera o início do enfrentamento de uma longa crise.

Fonte:Bibiana Borba e Eduardo Paganella/Rádio Guaíba