Mãe e viúva do sargento Desidério mandam recado para o governador Sartori

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screenshot_20161031-170133A voz está embargada e o olhar triste. A dor que devasta o  coração é indescritível- assim falam a mãe e a viúva do sargento Desidério.

Com dificuldade em falar a mãe, Izoleta Desidério, está inconformada, diz que o coração dói e que tudo o que mais desejava hoje, era ter ainda o filho perto. Miriam Desidério, viúva, comenta que tudo parece um pesadelo, a dor é incomparável. “Sempre dizia quando ele vinha me dar o beijo antes de sair, dois V, vai e volta. Desta vez ele foi mas não voltou para casa, onde eu e o filho precisávamos muito dele. O que dizer para uma criança de 9 anos, que hoje, sem entender muito o que aconteceu, me pediu para ver o pai no cemitério”, indaga Míriam.

A família recebeu a reportagem do PAT, nesta tarde. O irmão mais velho de 55 anos, Flávio Desidério comenta que eles ainda não entenderam o que realmente aconteceu. Em que circunstância o irmão foi morto. Eles têm a esperança de que os responsáveis sejam punidos e que a justiça seja feita. O colega que estava com sargento no momento do crime ainda não foi ouvido. “Precisamos saber o que aconteceu, pelo que entendemos meu irmão não teve tempo pra nada, eles foram tratados como bandidos e ele fuzilado” – argumenta.

“Tenho certeza que não deu tempo dele sair da viatura. Foi uma fatalidade, ele passou no horário errado e no lugar errado. O armamento deles(policiais), não tinha como competir  com os bandidos”, comenta o irmão mais velho.

Para a família, saber do colega do Sargento Desidério que saiu ileso, como as coisas aconteceram, é o caminho para que os culpados sejam identificados.

Natural de Alegrete, Miriam estava casada há mais de 15 anos com João Marcelo Borges Desidério, de 43 anos. Ele era pai de três meninos. Douglas de 19 anos, Iuri de 16 e Andrei de 9 anos, os dois primeiros do primeiro relacionamento dele. “Um pai exemplar, um marido maravilhoso que sempre me apoiou, me tratava como rainha e acima de tudo era meu maior incentivador” – destaca Miriam

Ela comenta que eles estavam em Erechim há seis anos, mas que agora vai ficar em Alegrete junto à família. “Sei que é apenas uma gota no Oceano, mas temos a esperança que a morte do meu marido não tenha sido em vão” – fala Miriam

Dona Izoleta com 75 anos, mãe de 12 filhos, quatro homens e nove mulheres, muito emocionada relembra do último passeio e dos planos do sargento Desidério. “Pra mim é um sonho. Semana passada estive na casa dele. Ouvi ele dizendo que iria se aposentar e ia pegar os filhos para passear. O desejo dele era juntar todos e aproveitar. Tinha muitos planos com a família. Me dói o coração até hoje, tenho dor quando choro, tenho muita dor. É triste perder um filho do jeito que mataram ele. Tô em choque” –

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