Quem é a primeira mulher a chegar ao posto de coronel em 180 anos de Brigada Militar

82
Oficial, que está há 32 anos na corporação, foi graduada na última sexta-feira
Arquivo pessoal / Arquivo pessoal

Ana Maria Haas é natural de Novo Hamburgo e comanda interinamente os órgãos de polícia especial

ZERO HORA

Pioneirismo. Essa é uma palavra que marca a trajetória de Ana Maria Hass. A carreira da policial militar graduada na sexta-feira (23) como a primeira coronel da Brigada Militar em 180 anos é repleta de atos até então não conquistados por mulheres: desde as mudanças no quadro de formaturas, inserção do sexo feminino em batalhões e comando de equipes.

Aos 55 anos, Ana, hamburguense de nascimento mas moradora da Capital atualmente, está desde janeiro de 2017 comandando interinamente os Órgãos de Polícia Especial, formados pelos batalhões de Polícia Fazendária, de Aviação, de Guarda, de Supervisão de Vigilância e Guarda, além da força-tarefa no Presídio Central e na Penitenciária do Jacuí.

— A promoção representa a conquista de todas as mulheres brigadianas, em especial as pioneiras da 1ª Companhia Policial Militar Feminina — conta, referindo-se às colegas que ingressaram no primeiro curso de oficiais mulheres, em fevereiro de 1986, concluído em julho de 1987.

Fomos rompendo barreiras, mostrando que, com nossa experiência, é possível chegar em altos postos da corporação. Tudo no dia a dia do policiamento.

ANA MARIA HAAS

Primeira coronel em 180 anos de Brigada Militar

Dez anos depois, quando se tornou capitã, o quadro da Brigada Militar passou a ser unificado, não sendo apenas formado por integrantes dos dois sexos. Quatro anos depois, Ana foi promovida a major e passou a comandar a Escola de Educação Física da corporação. Durante os 32 anos na BM, a oficial passou por três batalhões na Capital e trabalhou com as colegas na criação das primeiras companhias femininas em Porto Alegre e no Interior:

— Fomos rompendo barreiras, mostrando que, com nossa experiência, é possível chegar em altos postos da corporação. Tudo no dia a dia do policiamento.

Para a oficial, ser mulher e chegar ao posto de coronel pode impulsionar a entrada de outras mulheres na Brigada.

— Nosso exemplo irá trazer outras mulheres para a corporação — reflete.

Atualmente, há duas oficiais, formadas na mesma turma da coronel Ana que poderão chegar ao mesmo posto. Outra policial, da segunda turma feminina de policiais, também poderá chegar ao posto.