Salário do presidente do Banrisul subirá de R$ 51 mil para R$ 89 mil

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Para acalmar os aliados, governador mandou limitar reajuste sugerido pelo comitê de remuneração, que previa uma elevação para R$ 128 mil

Claudio Coutinho, indicado em fevereiro (foto), ainda não teve o nome aprovado pela Assembleia, mas já dá as cartas na arquitetura do BanrisulGustavo Mansur / Palácio Piratini

GAUCHAZH

Na tentativa de acalmar os aliados que há três semanas impedem a aprovação dos nomes indicados para a diretoria do Banrisul e reclamam da falta de informações sobre os salários dos executivos, o governador Eduardo Leite determinou a que o reajuste seja limitado à metade do previsto. Usando como parâmetro os valores pagos por sete bancos públicos e privados, o comitê de elegibilidade e remuneração do Banrisul sugeriu que o salário do presidente passasse dos R$ 51 mil atuais para R$ 128 mil mensais. Com a ordem de Leite, ficará em R$ 89 mil.

Os diretores, que hoje ganham R$ 40 mil iriam para R$ 104 mil, mas ficarão em R$ 72 mil. O valor global para a remuneração de executivos passou de R$ 14 milhões (em 2018) para R$ 20 milhões (em 2019), provocando reações iradas de aliados do governador, que consideram os patamares muito elevados para um Estado em crise. 

— Julgamos ser razoável para que o banco tenha condições de competir com os talentos do mercado e atrair bons talentos — anunciou Leite, nesta segunda-feira (27).

Nesta terça-feira (28), será feita nova tentativa de aprovar as indicações.

O nome do futuro presidente do Banrisul, Claudio Coutinho, ainda não foi aprovado pela Assembleia, mas ele já está morando em Porto Alegre e dando as cartas na nova arquitetura das instalações internas. A reforma foi iniciada há cerca de um mês. Em vez de gabinetes individuais, o presidente e os diretores vão despachar em uma área comum, que está sendo preparada no antigo Salão Nobre, no 4º andar. O modelo segue o exemplo de bancos privados, como o Itaú.

Além de Coutinho, a diretoria indicada por Leite é integrada por Osvaldo Lobo Pires, Raquel Santos Carneiro, Marcus Vinícius Feijó Staffen, Claise Müller Rauber e Fernando Postal. O governador também decidiu manter nos cargos os diretores: Irany de Oliveira Sant’Anna Junior, Jorge Fernando Krug Santos e Suzana Flores Cogo.

— A concepção dessa nova diretoria parte de um princípio de evolução e não de ruptura. Meu espírito ao constituir a diretoria é, a partir do que foi feito, evoluir para um crescimento baseado no status quo — disse Coutinho, durante sabatina na Comissão de Finanças da Assembleia, em 24 de abril.