Ninguém tem o direito de tornar os outros infelizes.
A minha felicidade, de alguma forma, eu tenho a chance de construí-la, mas ela não pode ser destruída pelos outros. Se isso acontecer, está se verificando um desastre.
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Há pessoas que tornam outrem infeliz sem consciência do dano tremendo que causam ao alvo do seu ataque.
Mas, muitas vezes, quem faz outra pessoa infeliz o faz por crueldade.
Eu não gosto de me fixar muito na maldade, ela é uma doença de quem a pratica.
Quero, no entanto, me fixar em quem infelicita os outros não tendo consciência disso.
Esse fato é muito frequente nas relações humanas.
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Quero dirigir minha palavra para os chefes e para os que de alguma forma exercitam liderança no emprego, na família, em qualquer agrupamento social.
É muito difícil e delicado ser chefe ou líder. O centro dessa dificuldade é que o chefe tem o dever de respeitar a remota soberania dos seus liderados.
Deve auscultar a capacidade criativa e construtiva dos liderados e não permitir que ela seja desperdiçada. Quando isso acontece, o chefe está tornando infeliz o seu chefiado.
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Eu diria que a melhor virtude de um chefe, de um líder, é tanto saber interpretar o silêncio dos seus liderados quanto fazê-los por alguma forma menos silenciosos. O chefe tem o dever de demonstrar a sensibilidade de permitir o desabafo dos seus chefiados.
A relação entre o chefe e o chefiado jamais poderá ser presidida pelo silêncio. Se o for, estará cavado o abismo. E o que me interessa é que esse abismo significa diretamente a infelicidade completa e lamentável do chefiado.
O pior é quando o chefe faz desse silêncio o seu método.
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A fonte de infelicidade de uma pessoa não pode ser seu pai ou sua mãe.
Pai e mãe nasceram para fazer felizes os seus filhos, não há trauma maior na vida de uma pessoa que ser infelicitada por seu pai ou por sua mãe. Esse é um desastre tão imenso e, na maioria das vezes, irreparável quanto o de uma pessoa ser infelicitada por seu filho ou por sua filha.
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A vida consiste também em ter-se a habilidade e a arte de não infelicitar os outros.
Não temos o direito de infelicitar ninguém. Só temos o direito de infelicitar a nós próprios.
Deus nos livre da sorte de infelicitarmos os outros.
E o pior é quando nas últimas contas, sem nos darmos conta, estamos infelicitando os outros no afã da nossa própria felicidade.
Cuidado, examine bem a vida que está vivendo e procure notar se você está infelicitando alguém. Se isso estiver ocorrendo, salde essa dívida com o seu infelicitado.
Há sempre tempo para parar de infelicitar os outros.
ZERO HORA