Pressa do governo é para usar novas regras nas promoções da BM já em abril

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Líder da bancada do PMDB, o deputado Márcio Biolchi identificou pelo menos uma motivação que leva o governo a insistir nas alterações em regime de urgência dos critérios das promoções dos oficiais da Brigada Militar, projeto que vem trancando a pauta na Assembleia Legislativa. “Toda esta pressa para aprovar a nova fórmula de avaliação, que privilegia os aspectos subjetivos em detrimento à qualificação do policial, é para que seja empregada nas promoções já do próximo mês”, afirmou Biolchi, durante participação no programa Conversas Cruzadas, da TV Com, que debateu o tema na noite desta quarta-feira (29). A BM tem por tradição proceder os avanços na carreira durante as comemorações da Semana Tiradentes.
Durante o programa, o líder do PMDB renovou o apelo para o governo mostre maior interesse em dialogar com os partidos de oposição e com a própria categoria. “Nossa principal divergência está no aumento de 450% no peso da avaliação subjetiva. Isso atingirá a hierarquia e disciplina da corporação, que são os fundamentos e sua atuação”, reforçou o deputado.
Biolchi antecipou que outras mudanças do projeto, inclusive na redução do intervalo de tempo entre uma promoção e outra (interstício), terão o apoio da bancada, restando a divergência apenas no item que sobrevaloriza os aspectos subjetivos, enfraquecendo toda a lógica da qualificação no serviço público: “o oficial que tiver especialização, buscar uma pós-graduação e tiver uma eficiente atuação no combate da violência terá uma pontuação inferior aos demais pontos de avaliação”.
Biolchi alertou que o próprio Estado Maior da Brigada, a chamada PM 1, emitiu parecer contrário às mudanças que o atual governo encaminhou em regime de urgência. “Não vejo onde está a dificuldade em ouvir a entidade que representa os oficiais ou mesmo construir uma proposta melhor com os partidos de oposição”, insistiu. Com forte rejeição da ASOFBM (Associação dos Oficiais da BM), o projeto voltará à pauta na próxima terça-feira (6), uma semana depois da falta de quórum provocada pelas bancadas de oposição e ausência de deputados ligados ao próprio governo.
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