Segurança foi o tema principal do debate entre os candidatos

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A ASSTBM promoveu no início da noite de quarta-feira, 15 de agosto, um debate entre todos os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre. Foram convidados a apresentar suas propostas o prefeito José Fortunati (PDT), a deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB), o deputado estadual Adão Villaverde (PT), Roberto Robaina (PSOL), Érico Corrêa (PSTU), Jocelin Azambuja (PSL) e Wambert Di Lorenzo (PSDB). Os temas abordados foram: segurança pública, mobilidade urbana, saúde, educação, habitação e obras para a Copa do Mundo de 2014. O presidente Aparício Santelano realizou a abertura do evento citando que a ASSTBM é apartidária, sendo que a intenção da entidade foi promover a aproximação entre os candidatos e os militares estaduais. Além disso, discutir as respectivas propostas de gestão para contribuir com a melhoria das questões de interesse da categoria, oferecendo assim a oportunidade de todos analisarem as plataformas de campanha dos candidatos, para a construção de uma administração transparente e participativa.

O mediador do debate foi o Diretor de Assuntos Políticos da ASSTBM, Alex Caiel, formando a comissão organizadora do evento juntamente com os vice-presidentes, Onildo da Silva e Alceu Bosi, além do Diretor Secretário, Adão Célio Berny, o diretor de Comunicação Marco Rodrigues, o Diretor de Marketing, Hamilton Bonifácio e a colaboração do Coordenador de Segurança, Paulo Renato Pacheco e o Diretor de Esporte, Valter Disnei Lourenço. O debate foi dividido em quatro blocos. No primeiro, cada candidato teve dois minutos para a apresentação. No segundo bloco foram sorteados os temas, havendo duas rodadas de perguntas entre os candidatos, com tempo estipulado para réplica e tréplica. O terceiro bloco iniciou sem a presença do Prefeito Fortunati que se retirou para cumprir outro compromisso de campanha. Nessa etapa, foi questionado o posicionamento dos candidatos em relação à gratuidade no transporte público municipal aos brigadianos, sem a necessidade dos servidores estarem fardados. Todos os candidatos presentes firmaram posição em apoio a essa proposta, entendendo que esse é um direito que deve ser garantido ao policial militar.

Fortunati destacou as parcerias que a Prefeitura tem com a Brigada Militar no Centro da cidade, como o monitoramento através de câmeras que estão à disposição do comando da Brigada. Além disso, o controle do comércio ilegal, com a ajuda da SMIC. “Discutir segurança pública passa obrigatoriamente pela família brigadiana, para que em conjunto possamos encontrar a melhor solução para darmos condições de segurança plena ao cidadão”, disse Fortunati.

Wambert Di Lorenzo defendeu o “bico” nas horas de folgas dos policiais, destacando que a segurança pública não é de competência da prefeitura, que o Prefeito tem um papel subsidiário nessa questão. “Entende-se que o policial faz “bico” porque o salário é baixo, ainda que ele ganhasse muito, o Estado não tem nada a ver com a vida privada dos policiais”, disse Wamberti.

Roberto Robaina discordou do candidato do PSDB, afirmando que os governantes desvalorizam a segurança pública ao invés de defendê-la. Ele lembra que a partir de 1997, se intensificou os protestos dos policias por melhores salários, momento que os governantes ficaram mais atentos a essa categoria temendo sua força de mobilização.

Manuela D’Ávila acredita que o município tem muito a fazer pela segurança, citando o exemplo da cidade de Canoas que investiu em técnologia para auxiliar a Brigada Militar na captura de criminosos. Falou também sobre seu projeto habitacional, que visa destinar 10% das moradias sociais para os brigadianos. Também citou um projeto chamado “Operação Delegado”, que viabilizaria a possibilidade do policial realizar legalmente fardado o “bico”, em comum acordo com a prefeitura e o Governo do Estado.

Jocelin Azambuja disse que defende a verticalidade salarial na Brigada Militar para que não haja um fosso salarial entre os servidores de nível médio e os Oficias da corporação. “Deve haver uma base justa para que todos tenham uma remuneração adequada para a dignidade da família brigadiana”, disse Jocelin.

Érico Corrêa também defende melhores salários para os brigadianos para que não haja a necessidade deles buscarem outra fonte de renda fora da Brigada Militar e assim poderem passar mais tempo com suas famílias. Ele ainda direcionou criticas a Fortunati, Adão Villaverde e Manuiela D’Ávila. O partido deles votam com o Governo na Assembléia Legislativa, a exemplo do “pacotarso” aprovado na AL.

Adão Villaverde disse que a população gaúcha conhece os compromissos assumidos pelo PT e que a segurança pública é uma prioridade, de responsabilidade não só do Governo do Estado como da Prefeitura. Assim pretende levar adiante políticas de prevenção e enfrentamento da violência. Villaverde destacou a importância de uma boa remuneração aos servidores da Brigada Militar, mesmo com controvérsias, ele ressaltando que o último reajuste salarial recebido pelos brigadianos foi o melhor acordo já feito em relação à última gestão do Executivo.

No quarto e último bloco os candidatos realizaram suas considerações finais. Cerca de 200 pessoas estiveram presentes ao debate que transcorreu ordeiramente dentro do regulamento proposto. Inclusive, foi transmitido em tempo real pela Internet através do site da ASSTBM. Todos os candidatos foram categóricos em elogiar o nível de organização do evento.